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Ataque norte-coreano contra ilha sul-coreana coloca países em alerta máximo

A Coreia do Norte disparou nesta terça-feira quase 50 peças de artilharia contra uma ilha sul-coreana, que mataram pelo menos dois militares e deixaram outros 12 feridos, provocando uma resposta imediata da Coreia do Sul e um aumento da tensão após a revelação de um novo programa de enriquecimento de urânio de Pyongyang.

Segundo o canal YTN, quase 50 obuses caíram na ilha de Yeonpyeong, que tem 1 mil habitantes, localizada no Mar Amarelo, em uma área disputada pelas duas Coreias e que já registrou incidentes no passado.

Os disparos foram executados dois dias depois que um cientista americano revelou a existência de um novo programa de enriquecimento de urânio na Coreia do Norte, o que aumentou a tensão e a preocupação de Washington e de seus aliados. A China manifestou preocupação com o ataque e qualificou de "imperativa" a necessidade de retomada das negociações multilaterais - que envolvem as duas Coreias, Estados Unidos, Rússia, Japão e China.

A Rússia advertiu para o risco de uma "escalada" na península coreana. O Estado-Maior sul-coreano confirmou que várias peças de artilharia atingiram a ilha, que tem a presença de um destacamento militar, e outras caíram no mar. Os militares sul-coreanos responderam aos disparos do país vizinho, anunciou o ministério da Defesa de Seul, que determinou alerta máximo a suas tropas.

— Uma unidade de artilharia executou disparos de provocação às 14h34 (3H34 de Brasília) e as tropas sul-coreanas responderam imediatamente — afirmou à AFP uma fonte do ministério. As forças sul-coreanas responderam com 80 disparos, segundo o ministro da Defesa, Kim Tae-Young.

— As Forças Armadas estavam executando exercícios navais e o Norte parece ter disparado para demonstrar sua oposição — declarou uma fonte militar ao canal YTN.

A Força Aérea sul-coreana recebeu a ordem de sobrevoar a ilha. O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-Bak, convocou uma reunião de emergência.

— Agora mesmo está em uma sala subterrânea para abordar as respostas possíveis com seus ministros e conselheiros de segurança — afirmou o porta-voz da presidência — O presidente Lee ordenou aos comandantes que administrem a situação da melhor maneira possível para evitar uma escalada — completou a mesma fonte.

Segundo um morador da ilha de Yeonpyeong, quase 50 projéteis caíram na ilha e atingiram várias casas.

— Pelo menos 10 casas pegaram fogo. Recebemos a ordem de abandonar nossa casas — disse Lee Jong-Sik, outro habitante da ilha.

— Estava em casa e ouvi uma barulho muito forte do lado de fora. Quando saí, a ilha toda estava em chamas — declarou outro morador, citado pela agência de notícias Yonhap.

Os habitantes foram levados para áreas consideradas seguras. Os disparos coincidem com a presença na região do enviado americano para a Coreia do Norte, Stephen Bosworth, que deve viajar de Tóquio a Pequim nesta terça-feira para debater com as autoridades chinesas a política nuclear norte-coreana, depois das revelações de uma nova usina de enriquecimento de urânio de Pyongyang.

A ilha de Yeonpyeong fica ao sul da linha de fronteira decretada pela ONU após a Guerra da Coreia (1950-1953), mas fica ao norte da linha reivindicada por Pyongyang. Na mesma região foram registrados graves incidentes navais em 1999, 2002 e novembro de 2009.

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