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TECNOLOGIA DO CRIME

Internet a serviço de presidiários: Um novo trunfo tecnológico, impulsionado pelo descontrole do uso de celulares nos presídios gaúchos, desafia as autoridades da segurança pública do Estado.
Para driblar as escutas de conversas telefônicas, uma das principais armas dos policiais para monitorar criminosos, detentos lançam mão agora de aparelhos com acesso à internet. Com smartphones de última geração conectados à banda larga 3G, os apenados conseguem coordenar o tráfico e encomendar crimes usando chats, programas de mensagens instantâneas – como o MSN – e redes sociais.

Diferentemente do sinal telefônico, os dados emitidos pela rede mundial são bem mais complicados de serem interceptados e rastreados.
A facilidade com que esses avançados aparelhos entram nas cadeias é assustadora. ZH conversou por MSN com um traficante preso na Capital. Usando um celular para acessar o programa de mensagens instantâneas, o homem fala sobre sua condição de apenado, dando uma pequena mostra do novo poder que os criminosos, mesmos que enclausurados, têm em suas mãos. A Superintendência dos Serviços
Penitenciários (Susepe) confirmou que o interlocutor está no Presídio Central.

Responsável por um levantamento que apontou terem sido apreendidos 2 mil celulares em 20 presídios e albergues da Região Metropolitana em 18 meses – de maio de 2009 a novembro do ano passado –, o juiz Sidinei Brzuska revela que muitos dos equipamentos apreendidos têm tecnologia de acesso à rede.
Segundo ele, os smartphones seriam exclusividade de perigosa minoria: presos com grau de instrução maior e de alta periculosidade.

– Vamos encaminhar um ofício ao Estado para saber se a administração tem propostas para resolver problemas crônicos do setor prisional, como essa questão dos celulares – disse o magistrado.

Apenados mais seguros
O atrativo do uso da internet para os criminosos está na maior dificuldade que as autoridades têm para interceptar as informações trocadas, o que faz com que os presos se sintam mais seguros. O diretor do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), Joel Souza de Oliveira, explica que o trâmite da autorização judicial para acompanhar os contatos pela internet é o mesmo que para interceptar diálogos telefônicos. A dificuldade em relação aos dados é técnica:

– Chegamos à troca de informações pela internet por meio de escutas. Essas redes passam dados em vez de áudio. As operadoras têm dificuldade de oferecer esses dados à polícia. Estamos na dependência de equipamentos caros, e, às vezes, até as operadoras têm de fazer um grande investimento para chegar a essas informações.

O diretor da Faculdade de Informática da PUCRS, Avelino Zorzo, explica que a maior parte dos dados não fica arquivada nos aparelhos. O professor aponta que os acessos aos sites e às digitações executadas são quase impossíveis de serem coletados depois, mas se a interceptação ocorrer no momento da conexão há condições de visualizar o conteúdo.

– É possível monitorar a rede usada pelo aparelho. Mas, para isso, é preciso agir com antecedência, identificando o telefone. Mas tem de ser no momento do uso, depois é muito difícil rastrear – aponta.
Para o diretor do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos da Polícia Civil, delegado Emerson Wendt, especialista em crimes cibernéticos, a facilidade com que presos acessam a internet abre caminho para bandidos virtuais.

– Com um smartphone, o preso tem um computador nas mãos. Pode facilmente executar o que chamamos de engenharia social, que é aplicar histórias para ludibriar os outros. Eles podem enviar e-mails falsos, criar páginas que não existem de dentro da cadeia. Se houver casos concretos, vamos investigar – assegurou Wendt

FONTWE: CLIPAGEM FAMURS

Um comentário:

Dr cana disse...

A conversa de um traficante preso por msn com um comparsa fora da cadeia..-"oh meu!preciso sabe se a mina tá me traindo,tô na boa,mais oito anos e já era meu..tá ligado no fulano se o cara me traí de novo,mete umas azeitonas no coco dele meu,tá ligado."Comparsa-"Fica frio parceria,to cuidando da mina,aqui não tá fácil,acabo a azeitona e o fornecedor cai em cana."..Trabaia tambe´n não tá fácil,o sálario o lula não qué aumentá.."Caco de conversa hein.