A gráfica que vencer a licitação para imprimir as 4,6 milhões de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 terá de garantir um forte esquema de segurança. O edital de licitação para a contratação do serviço traz mais de 50 pré-requisitos referentes à segurança que precisam ser cumpridos pela empresa.
Ela deverá manter um segurança a cada cem metros, câmeras de vigilância 24 horas com monitoramento em tempo real e infravermelho para detectar pessoas na área. O acesso do pessoal será feito por um leitor biométrico, e os funcionários terão de usar um uniforme sem compartimentos. Eles também passarão por Raio X na entrada e na saída do expediente. A segurança virou prioridade depois que a prova foi furtada da gráfica, em 2009. O exame teve de ser cancelado.
A licitação deste ano foi interrompida no início do mês porque a gráfica Plural, que apresentou o menor preço no pregão, foi inabilitada pelo Ministério da Educação (MEC) por não atender aos requisitos. A empresa recorreu da decisão, e a Justiça suspendeu o processo. A Plural é a mesma gráfica de onde as provas foram levadas. A empresa argumenta que a responsabilidade foi do consórcio Connasel, a quem cabia “garantir a segurança e executar as atividades de manuseio, empacotamento, rotulagem e transporte”. A RR Donnelley Moore – que assumiu a impressão em 2009 — ofereceu R$ 71 milhões e é a primeira da lista considerada apta.
Na época do furto, o MEC pagou à RR Donnelley Moore R$ 31,9 milhões, menos da metade do que está sendo cobrado este ano. Segundo o ministério, o edital prevê que a gráfica vencedora pode ficar responsável por duas edições do Enem — por isso, a diferença de valores.
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